A adoção do Crédito Pré-Aprovado em Cooperativas de Crédito

Ricardo Coelho é consultor para Cooperativas de Crédito

O Consultor para Cooperativas de Crédito, Ricardo Coelho, em um de seus textos propõe uma reflexão para as Cooperativas de Crédito que adotam ou adotarão o crédito pré-aprovado para seus associados.

Segundo Ricardo, “não há dúvidas que o crédito pré-aprovado é bem vindo ao Cooperativismo de Crédito, mas devemos ter extremos cuidado em sua implementação e manutenção. Um destes cuidados é o de não adotar preceitos previsíveis, como a cópia pura das soluções dos bancos, pois nosso modelo de negócios tem ainda algumas características muito peculiares.”

Entre as preocupações elencadas no texto disponível no link, estão:

  1. Estruturação do Funding: manifestando sua preocupação com a abertura de limites pré-aprovados que consomem os limites de liquidez da cooperativa, visto que a demanda de crédito crescerá rapidamente e que a captação dos recursos não acompanha na mesma velocidade. A solução apontada por Coelho é que “uma boa gestão buscaria funding para fazer frente a esta demanda de crédito através do Capital Social ou da Reserva Legal.”
  2. Contato Pessoal: o “contato com os atendentes sempre potencializou enorme proximidade, a qual até hoje nos permitiu: reconhecer e rever seus anseios, potencializar novas vendas, atualizar seu cadastro, informá-lo das novidades, reforçar os preceitos do nosso modelo de negócio, etc…”
  3. Perda de aderência do associado: “lembremos que o atendimento humano é ainda um de nossos grandes diferenciais e portanto não podemos colocá-lo em cheque ao reforçarmos os mesmos aspectos reconhecidamente negativos de um banco de varejo”.
  4. O uso da cooperativa como financeira: correndo-se o risco de o associado buscar a cooperativa apenas para fazer suas operações de crédito, contratando suas demais operações financeiras (seguros, consórcios, pagamentos, cartões, e outros).
  5. Integralização de Capital Social: a integralização de capital social que ocasionalmente ocorre quando da contratação de uma operação de crédito poderá não mais ocorrer, limitando as fontes de funding da cooperativa.
  6. Perda da carteira de Seguro Prestamista: caso a operação do pré-aprovado não seja acompanhada deste tipo de seguro.

Ao final de sua reflexão, o consultor Ricardo Coelho propõe uma solução: “Será que não poderíamos divulgar esta novidade de forma bem escalonada, para que toda a base fosse atingida em até um ano (por exemplo). Isto permitiria que os gerentes de contas pudessem “cacarejar” esta novidade, alocando-as paulatinamente como se fosse uma deferência da Singular àquele cliente“.

Adicionalmente, “será que este valor e prazo não tendem a serem bem conservadores, sinalizando para o associado algo pouco coerente quando este compara com seu banco de varejo massificado ou sua real expectativa ou necessidade?”. E as taxas de juros, serão por relacionamento ou a taxa será padronizada precificada conforme a linha de crédito?

Segundo Ricardo Coelho, “a taxa de juros tem de ser competitiva, mas nunca barata“, ainda mais ao considerar-se que no crédito pré-aprovado não existe a figura do avalista.

Para finalizar a reflexão, a abertura de um limite pré-aprovado permite que possamos “ter brevemente uma parte desta carteira apenas fazendo a renovação, se aproximando muito do risco do uso cheio do cheque especial ou do pagamento mínimo do cartão de crédito. Como está nossa política para o acompanhamento destes créditos quanto à sua recuperação e provisão?

Ricardo Coelho – Consultor do Cooperativismo de Crédito
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