No Brasil, o número de associados a cooperativas de crédito alcançou 17,3 milhões em 2023, um marco significativo que reflete a crescente popularidade do modelo entre consumidores e empreendedores. O Sicredi, pioneiro no cooperativismo financeiro no país, é um dos maiores agentes dessa expansão. Fundado em 1902 em Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul, o Sicredi mantém seu DNA cooperativista, enquanto evolui para atender às exigências da era digital e às necessidades de diferentes públicos.
O cooperativismo de crédito está vivenciando um momento de expressivo crescimento no Brasil e no mundo, consolidando-se como um modelo financeiro sustentável e inclusivo. Segundo dados do Banco Central, em 2023, o segmento apresentou um avanço de 23,9%, muito acima da média de 10,5% das demais instituições do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Em um cenário global, a relevância desse movimento foi reforçada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que declarou 2025 como o “Ano Internacional das Cooperativas”, destacando o papel essencial dessas instituições para a construção de um futuro mais equilibrado e justo.
Cooperativismo: um Modelo de Participação e Sustentabilidade
As cooperativas de crédito diferenciam-se dos bancos comerciais tradicionais por sua estrutura colaborativa. Os associados, além de utilizarem os serviços oferecidos – como contas correntes, crédito, seguros e investimentos –, tornam-se co-proprietários da instituição, participando das decisões e colhendo os resultados financeiros. Esses resultados, ao invés de serem destinados exclusivamente ao lucro, são redistribuídos entre os associados proporcionalmente à sua participação na cooperativa.
Como destaca Fernando Dall’Agnese, presidente do conselho de administração do Sicredi, quanto mais os associados utilizam os serviços, maior o crescimento da cooperativa e, consequentemente, maiores são os retornos compartilhados com os mesmos. Essa lógica cria um círculo virtuoso de crescimento econômico local e pessoal.
Adicionalmente, os recursos gerados pela atividade cooperativa permanecem na comunidade, impactando diretamente o desenvolvimento socioeconômico. Um estudo da FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) revelou que, em municípios com presença de cooperativas de crédito, houve um aumento de 10% no PIB per capita, além da criação de 15,1% mais empregos e 15,6% mais estabelecimentos comerciais.
Cooperativismo Atingindo Regiões Remotas e Gerando Inclusão
O cooperativismo de crédito está presente em 57% dos municípios brasileiros, sendo que em mais de 200 dessas localidades o Sicredi é a única instituição financeira física disponível. Essa capilaridade demonstra o potencial transformador das cooperativas, que levam serviços financeiros a regiões remotas onde, muitas vezes, não há presença de bancos tradicionais.
Além disso, o cooperativismo tem forte representatividade no setor agropecuário, particularmente entre os pequenos e médios produtores rurais. Aproximadamente 83% dos produtores associados ao Sicredi praticam agricultura familiar, reforçando o papel das cooperativas na sustentabilidade e na segurança alimentar.
Oportunidades de Expansão do Cooperativismo
Apesar do crescimento expressivo, o modelo cooperativista ainda tem amplo espaço para avançar no Brasil. Atualmente, apenas 12,7% da população economicamente ativa participa de cooperativas de crédito, enquanto em países como Estados Unidos e Canadá, essas taxas alcançam 64,9% e 42,4%, respectivamente. O fortalecimento da educação financeira e a divulgação dos benefícios do cooperativismo são peças-chave para ampliar sua adoção no país.
Tecnologia e Relacionamento Humano: O Equilíbrio Perfeito
Outro aspecto que sustenta a expansão do Sicredi e do cooperativismo de crédito é a combinação equilibrada entre inovação tecnológica e proximidade no relacionamento com os associados. O Sicredi, por exemplo, oferece mais de 300 produtos e serviços, que vão desde soluções digitais, como aplicativos e plataformas online, até o atendimento personalizado em suas 2.800 agências espalhadas pelo Brasil.
“O nosso grande diferencial é o relacionamento, então investimos em alternativas digitais sempre buscando manter a humanização da relação e a atenção às pessoas,” afirma Dall’Agnese.
Baseado na matéria do Estúdio Folha UOL